Vídeo arte no coletivo indiano TAXI

VHMOR

Taxi é um coletivo de arte com sede na Índia, fundado por Suman Samajpati e Sourav Roy Chowdury em 2007. Em entrevista para nossa equipe, Suman falou sobre a  ideia do nome estar relacionada ao movimento, à jornada que o artista passa durante o processo de criação, às ideias que impulsionam esse movimento, que vão e vem e se modificam, voltando ao ponto de partida da criação.

Sua prática artística é baseada na observação e em como uma situação afeta o ser humano. O coletivo Taxi começou seus trabalhos com fotografia pintada à mão, e gradualmente foram abrangendo outros meios como fotografia, vídeo/filmes, som e instalação. Neste artigo vamos falar sobre os filmes produzidos pelo coletivo:

Swimming Around (2009) foi o primeiro trabalho em vídeo realizado pelo coletivo Taxi. Nele, os diretores TAXI [Suman & Sourav] exploram sentimentos de uma vida na metrópole que promete uma infinidade de escolhas diversas, mas traz, muitas vezes, a claustrofobia, a monotonia, a alienação e a estagnação.

180 seconds Kolkata (2015)  é um curta metragem criado para o Instituto Goethe de Munique e da Índia. O documentário mostra trabalhadores de construção em seu ambiente de trabalho. A ideia é mostrar a migração desses trabalhadores e como eles constroem a sua cidade com todas as dificuldades que enfrentam e como as condições de vida em suas aldeias de origem passam despercebidas e inalteradas. Os diretores TAXI [Suman & Sourav] documentam esses trabalhadores migrantes para divulgar suas reflexões na cidade – o como eles a percebem, o que e como eles a vêem.

Exist (2016) é uma instalação de som e vídeo específica para o site criada em um cinema abandonado em Kolkata. A impressão que a escuridão negra do lugar teve sobre os integrantes da equipe foram expressadas nas palavras abaixo:

“Este lugar tem um significado em sua escuridão, não apenas na forma como existe materialmente, mas também em nossas percepções do lugar. Encontra-se num estado que é tomado com um forte senso de finalidade, que pressupõe o certo desaparecimento do lugar, em todos os seus aspectos variados, como aquele que não tem vida própria, ou sem a possibilidade de continuar a existir em um estado diferente que talvez vá além da nossa compreensão imediata. Ele traz de uma maneira estranha uma alusão às teorias do buraco negro, primeiro como o fim definitivo de tudo, onde nenhuma vida pode vir a passar, totalmente incapaz de levar a novas formas de existência, mas também gradualmente se deslocando para perspectivas mais confortáveis. À luz disso, surge uma perspectiva diferente no próprio espaço, se alguém estiver disposto a ver. (…) O lugar possui uma certa história peculiar. Nesse sentido, uma compreensão mais nova surge quando as novas teorias sobre o buraco negro surgiram. Isso nos lembra que um espaço sempre permanece em um estado de transição. (…) O que se entende como final, como um impasse, pode ser apenas uma passagem para outro espaço, outro conjunto de possibilidades.

Através da vídeo arte o coletivo Taxi traz significado e discussões sobre a ocupação do espaço. A arte é uma ferramenta que transforma o espaço público e provoca reflexões sobre ele. Sabe-se hoje em dia que a maioria das pessoas tem  preferência por conteúdos produzidos em vídeo e os artistas tem aproveitado isso para expor seus pensamentos nesta linguagem contemporânea, mas isso é um assunto a ser melhor explorado em um artigo futuro.

E você, leitor, tem costume de ver vídeo arte? Se interessou em assistir os vídeos do coletivo? Compartilhe com a gente o que achou! Se tiver alguma indicação de artistas que abordam sua arte através dessa linguagem, adoraríamos conhecer também 🙂

Saiba mais:

http://taxiart.net/

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