Texto por Tiago Botelho
Quem já foi à capital cubana sabe que a cidade transborda atrativos, seja pela monumentalidade dos prédios coloniais, seja pela vida insólita nos casarões antigos, ou pela população em massa ocupando as ruas com música, dança e arte.
Um dos lugares mais tradicionais é o Passeio do Prado, uma alameda que sai da beira do mar até o coração de Havana. Construída em 1772, o calçadão mantém uma feira de artistas, aulas de salsa, músicos e claro: aulas de balé e educação física para a criançada cubana.
Quando visitei o Prado, me encantei de imediato por uma senhora muito simpática chamada dona Felipa, pintora com pinceladas repletas de cores vivas e figuras felizes aglomeradas entre os muitos ícones de Havana. Conversamos um pouco e trocamos desenhos. Um dos meus Seres do Mar por um lindo pássaro chamado Tocororo, que é um símbolo da nação cubana.
Acabei comprando uma de suas pinturas, retratando uma folia de bonequinhos sorridentes entre canhões, golfinhos, galos e palmeiras. Um micro-cosmos cubano cristalizado em um estilo admiravelmente moderno para uma senhora de idade tão avançada, que até hoje me faz refletir a respeito dos limites entre a arte Naive e o Grafitti, Será que são mesmo tão distantes?
Dona Felipa mostra que não.