Sobre o florescer com Lilian Siola

Lívia Fernandes

Lilian Siola nasceu em Porto Alegre, mas vive em São Paulo desde os seus 15 anos. Trabalha com arte desde 2007, já tendo transitado pelo desenho e fotografia; atualmente, utiliza processos digitais em suas criações.

Assim como outros artistas, Lilian encontrou a arte (ou o contrário?) em momentos conturbados, valendo-se dela como válvula de escape, e não a deixou desde então. Reflexão e contemplação são estágios importantes no processo da artista, que ratifica as cores, a diversidade e as formas como componentes motivacionais de sua arte.

A beleza no trabalho de Lilian, através da delicadeza de suas flores em meio a um mundo regido por construções humanas, nos traz uma simples e bonita reflexão: o cuidado com o detalhe, a riqueza ressaltada no cotidiano e a preservação do que ainda temos. Que a sutileza da natureza, mesmo abafada por concretos e vergalhões, traga alegria ao nosso olhar, e assim possamos lembrar e entender o florescer artístico de Lilian Siola.

Acompanhe em seguida, as palavras da artista:

“O impulso para criar minha arte é o maravilhoso exercício da atividade criativa que me distrai das aflições cotidianas. O processo criativo exige de mim observação e reflexão sobre as cores, o conjunto e a estética da imagem que desejo obter.

Quando iniciei a atividade fotográfica decidi me entregar às flores. Uma das motivações é a necessidade de cuidar do planeta, por isso me utilizo dos temas do ar, da água, da energia e a otimização do uso destes recursos naturais. Encontrei nas flores que desabrocham incessantemente pelas ruas e avenidas de São Paulo um material intenso e rico, é o verde e colorido das plantas imerso no asfalto, nas calçadas e no concreto das casas e dos prédios. Porém, as flores com sua delicadeza e vivacidade sempre atraem e despertam meu olhar para o que será um quadro lindo, agradável e que encante o coração.

Monet é apaixonante. A influência de Von Martius, médico e botânico alemão que ilustrou a flora brasileira, veio com o início das exposições solo, em 2008, como as que aconteceram em várias estações de trem da CPTM e no Instituto Martius-Staden. Hoje aprecio os  ilustradores Cécile Dormeau, Ale Giorgini e as irmãs Agathe e Lorraine Sorlet. Minhas aquarelas são preparadas através da tecnologia digital, momento em que também faço uma intervenção na imagem e a preparo para a ampliação no papel fine art. Em março, 2018, participei com “Pink Piece” no ArtBox Project New York 1.0, durante a semana de arsenal de arte, na Stricoff Gallery, Nova York.

A partir da árvore florida, ou da própria flor posso imaginar sentimentos abundantes e felizes, sentir a ternura das pétalas, a harmonia e alegria das diversas  cores em um mesmo pedaço de terra, verificar o pleno potencial e sucesso da floração. Intenso viver em pouco tempo. A reflexão é sobre a vida, sobre comportamentos, ternuras, atitudes positivas e amorosas, sobre a sociedade e um mundo melhor. Então é nas flores do dia, próximas ou não de alguma construção que é possível ver a diversidade e o respeito. Florescer a cada dia é a atitude  desejada.”

Lilian Siola nos traz a reflexão de como uma vida corrida, vivida atualmente, nos faz deixar passar detalhes e belezas que estão ao nosso redor. Ter um olhar atento, parar por um instante e observar nosso meio, refletir sobre nossas condutas, costumes e práticas, são formas de nos reconstruir, de nos motivar a buscar coisas boas e atitudes positivas com as pessoas e com o ambiente que nos rodeia.

Não deixe de nos acompanhar no instagram VHMOR e também conhecer mais a artista Lilian Siola.

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