Sobre espaço com Bruno Eder

Empena, por Bruno Eder
2019

Bruno Cesar Eder Giasson, no meio artístico conhecido como Bruno Eder, nasceu e mora em Caxias do Sul, onde começou a trabalhar com arte desde 2015. O jovem artista iniciou essa caminhada a partir do desenho, com o uso de grafite e pastel seco. Logo depois, segue com pintura a óleo e composições abstratas e iconográficas, utilizando também materiais reaproveitáveis. Atualmente, Bruno manipula desde materiais convencionais como tintas e pigmentos até os não convencionais, como gesso, cimento, aço, silicone, caliça e outros encontrados na rua, separados para criação de objetos. O artista nos conta que tem a arte como uma necessidade a ser exercida diariamente. É a materialização de pensamentos e questionamentos, um estímulo de criação e visão de mundo. Em seu processo artístico, Bruno parte de uma relação sensível com seu entorno, observando suas anotações, croquis e coleta de elementos. Em sua criação, Bruno pretende transmitir a ideia de que o ser humano desenvolve relações e afetos com o lugar que se insere e vice-versa.

O loop, por Bruno Eder
Ano: 2019

“De uma maneira muito espontânea, prático o nomadismo artístico e o ócio na busca de significados próprios nos elementos e fragmentos da paisagem.”

No Projeto Verdandi, Bruno foi um artista participativo e preocupado com o resultado de seu trabalho. Sua maturidade conceitual reverbera em cada objeto criado, nos fazendo observar curiosamente cada um deles. Abaixo, você pode conferir a declaração do artista integralmente:

Sem título, por Bruno Eder
2019

“O estado fragmentário é algo que me chama a atenção, talvez porque os momentos são fragmentos de tempo e da minha vivência. Meus momentos são dedicados ao nomadismo artístico de fruir espaços e andar pela cidade. O processo parte de uma relação extremamente sensível com o entorno, questionando os conceitos de território, espaço e lugar. Espaço é o vazio; lugar, as experiências e as significações e território é o possessivo, o instintivo humano, a ocupação, o específico. Essa relação é associada a registros fotográficos, anotações, croquis, coleta e apropriação de elementos.  Atento sempre para a epifania das coisas mais sutis e mesquinhas da vida, busco significados próprios nos elementos e fragmentos da paisagem. Sinto que minha mente passeia livre de qualquer razão.

Na criação me interessa transmitir a ideia de que o ser humano desenvolve relações e afetos com o lugar que se insere e vice-versa, através de objetos fragmentados, iconografia incomum, perspectivas impossíveis e composições que evocam a presença humana . É esse habitar humano que torna os espaços em lugares identitários, relacionais e personalizados carregados por elementos que o dotam de valor.

A graduação em Arquitetura e Urbanismo me permite fruir a poética e a técnica de maneira peculiar, retratando, em contrapartida, uma arquitetura hostil. A mixagem e experimentação de materiais como tinta, papel, concreto, gesso, silicone, aço, bem como a memória visual, fazem parte da minha investigação enquanto artista.

Sem título, por Bruno Eder
Ano: 2019

Na produção de alguns objetos utilizo do reaproveitamento de caliça – tenho empatia por  esses objetos e busco uma ressignificação. Desvirtuo a sua função original ressignificando a forma: uma distorção do mundo real e o interesse por comportamentos distópicos. Observo as configurações diferenciadas do entorno, crio realidades inexistentes (metafísicas) e lugares fictícios. Estes objetos pertencem a lugares do meu inconsciente.”






Bruno Eder traz em sua arte o questionamento do espaço. Através de esculturas o artista adentra essa questão e compõe corpos que se apropriam desse espaço e criam um diálogo único com cada elemento que ali se encontra.

@VHMOR

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