VHMOR
Vivemos num mundo cheio de cores. A cor é algo vasto, rico, complexo e altamente multidisciplinar.
Kristi Kongi é uma jovem artista estoniana conhecida por sua atmosfera doce. Seu trabalho centra-se na cor, luz e espaço, muitas vezes em pinturas que assumem a forma de instalações e criações de ambientes específicos.
Seu último trabalho é sobre a apropriação de cores da Cidade do México. Da rua à fachada de tijolos, as cores brilhantes fazem parte da vida cotidiana. Kristi captura as paredes da cidade e faz um inventário fotográfico dos locais urbanos coloridos de seus bairros, transformando a fotografia em sua principal técnica de trabalho.
Enquanto anda em um táxi pela cidade com sua câmera, a artista tenta fotografar cada momento e suas diferentes mudanças de luz e sombras. A representação do espaço evolui ao longo das horas do dia e novos sistemas de cores são criados. Kristi Kongi desenvolve um aspecto estético, social e cultural nas muralhas da cidade.
A artista captura as cores em seus arredores transpostas para óleo sobre tela. O movimento constante da cidade é sentido na abstração difusa pintada. Cada pintura refere-se a um lugar específico, pois ela explora uma narrativa específica, uma única história conectada em profundidade com um lugar particular, procurando novas combinações de cores, novos fragmentos em seu mundo fantástico.
Tudo começou com seu projeto “Transformer” em 2010. Ela usou uma mesa, onde colocou vários objetos como a base de sua instalação. A função dos objetos não era essencial, apenas suas cores, fazendo uma superposição deles.
Em suas instalações, como “There is silence between the trees” (2014) e “Have you seen yourself” (2016), a artista cria uma construção cuidadosa em que faz uma ponte entre a cor e a arquitetura e a relação das pessoas com os espaços. Suas instalações de arco-íris são uma representação visual e sensível da luz. É criada uma experiência lúdica em que um labirinto colorido é observado a partir de qualquer ponto.
Cada exposição de Kristi Kongi é uma encenação para produzir novas combinações e diálogos. Cada pintura tem espaço. O mundo pictural da jovem artista estoniana tem uma infinidade de cores, tudo muito intenso. Um país cromático por excelência, que ilumina a visão.
Texto original: Séverine Grosjean
Parceria: The Nomad Creative Projects (@nomad_creative_projects)
Adaptação: Bárbara Gual
