20/11/2017 Victor Hugo Moreeuw
Dia 12 de Novembro de 2017. Esta foi a data de início do projeto Verdandi! Um projeto pensado com muito carinho e atenção às necessidades dos artistas visuais do contemporâneo. Na postagem de hoje, irei falar um pouco sobre a artista Tainá Alves e seu alter ego, Taob.
Se você ainda não conhece esse projeto, vale a pena dar uma olhada no site e na outra postagem que fizemos, lá você vai descobrir como surgiu e quais são os objetivos do Verdandi, mas só para fazer uma breve introdução, adianto que esse projeto foi pensado para colocar em evidência não somente a arte, mas também o ser humano autor da obra e os seus pensamentos a respeito do fazer artístico.
Voltando ao assunto principal: Tainá Alves. A artista visual de 24 anos e moradora da Região dos Lagos/RJ, foi quem inaugurou o Verdandi. A primeira vez que tive contato com a artista e com suas obras, foi na I Semana de Produção Cultural, que aconteceu no Centro Universitário da UFF em Rio das Ostras. Tainá se encontrava no meio das obras, alguns trabalhos estavam pendurados no teto com fios praticamente invisíveis e essa primeira visão nos fazia mergulhar de cara naquele universo criado por ela.
Em uma breve conversa, a artista contou que esteve ligada ao desenho desde a infância e com o passar dos anos não abandonou a atividade, apenas foi agregando reflexões e transbordando sentimentos em suas imagens e atualmente está desenvolvendo seus trabalhos com nanquim, lápis, carvão e edição digital. Também foi revelada uma inspiração vinda dos artistas Sveta Dorosheva e Diego Fernandez, ambos com desenhos e mundos tão incríveis como o de Taob.
Abaixo você pode ler uma declaração da artista a respeito de seu trabalho:
“Em 2015, me reconheci como artista e criei a identidade Taob, onde não possui a bagagem do “eu”, realçando assim a autonomia da minha arte. Foi em um período de experimentações e estudos em software de edição de imagens, que percebi o quanto a arte digital vem extraindo um grande potencial de difusão da arte contemporânea. Ela amplia as possibilidades para os artistas com as mais diversas formas de criação e percepção, mudando a noção de espaços para distribuição e recepção da arte.
A figuração de uma camuflagem que envolve sentimentos contidos em cenas fantásticas e/ou surreais é um aspecto que vem ganhando espaço em meus pensamentos e se reflete em meu processo criativo. Essa figuração foi uma forma de dar visualidade a estes sentimentos, criando mundos sensíveis que compõem nossos imaginários e que são vistos como espaços mutáveis, com possibilidades de saídas emergenciais da vida.
A hibridação é percebida como marca do meu processo criativo através do entrecruzamento de técnicas, com o uso do nanquim e sobreposição de imagens que são criadas e editadas em software. É nessa abordagem que procuro interligar meu trabalho, o qual opera por cruzamentos e não apenas na construção técnica da imagem, mas também nas áreas de conhecimento que utilizo para conceituá-lo.”
É importante ressaltar o interesse de Tainá Alves na relação entre arte e tecnologia. Essa hibridação de sua arte, existente pelo uso do nanquim (uma tinta inventada a mais de 2 mil anos) junto com o uso das ferramentas atuais de edição de imagem, é apenas um exemplo da capacidade da mesma para refletir e construir obras de arte que vão merecer muita atenção em um futuro bem próximo.
Por fim, se você quiser saber mais sobre o trabalho da artista Tainá Alves e de todo universo de Taob, não esqueça de deixar seus comentários. Eu me despeço com um grande abraço e até a próxima publicação.
Victor Hugo Moreeuw