Victor Hugo Moreeuw
Christian Escobar, mais conhecido como Chrispapita, é o quinto artista a participar do Verdandi. Guatemalteco, mestre em odontologia e autodidata no campo das artes.
Em entrevista para a VHMOR, Chrispapita conta que começou a desenvolver sua técnica de hiper-realismo enquanto estava pesquisando a influência da iluminação na seleção da cor na odontologia. Quando criança, desenhava a lápis aquilo que via nos desenhos da TV, depois surgiu um fascínio pela anatomia humana e com isso vieram os seus primeiros desenhos reproduzindo rostos.
“Eu sei que tenho uma missão nessa vida, não sei ainda qual é, mas sei com certeza que através da arte vou achar. Por enquanto fico feliz de saber que essa procura me faz curtir a vida, amar e ser muito feliz.”
Chrispapita diz admirar muito o trabalho do grande mestre Caravaggio com sua técnica de chiaro escuro e a dramaticidade criada com o uso da iluminação nas pinturas e também se inspira muito no mestre do hiper-realismo Chuck Close. Tendo tão boas referências, é fácil perceber as obras de Chrispapita. Seu processo artístico consiste em primeiro fazer a produção fotográfica, escolhendo a pessoa que vai servir como modelo, depois de selecionar a fotografia que realmente expressa o que almeja representar, começa a desenhar a lápis e depois a pintar com tinta acrílica.
Abaixo você pode ler o Artist Statement do Chrispapita:
“Desde criança achava que a odontologia seria uma amálgama perfeita entre arte e ciência. Aprendi muito sobre as formas anatômicas do corpo humano, a fisiologia da visão, a física da iluminação e as cores, e tudo isso automaticamente foi uma magnífica escola de arte. Nunca recebi aulas de arte, sou completamente autodidata. Me interessei por arte urbana e rostos humanos e aprendi a desenhar retratos. Não esperava virar artista, mas foi impossível não escolher esse caminho depois de aprender tanto na odontologia sobre arte e ciência.
A vida é a grande motivação para a minha arte: pretendo celebrá-la e dar ao corpo humano o merecido tributo. Procuro expressar a constante busca de mim mesmo, inspirado pelas culturas urbanas, com seus problemas, existências e visões do cosmo. Tudo está entrelaçado, o macro e micro universo influi na nossa vida como seres humanos e nossa vida cotidiana é uma fantasia dentro da realidade.
Comecei utilizando lápis para desenhar rostos humanos, por acaso experimentei a tinta acrílica e fiquei apaixonado por ela. Gosto desta porque sua secagem é rápida e isso constitui para mim um desafio. Tento transmitir as minhas próprias emoções, o que pinto vai depender do meu estado de ânimo no meu contexto.
Os meus temas misturam as culturas urbanas, o cosmos e a anatomia humana, dando dramatismo com a utilização da luz e o claro escuro, tomando as ideais do Barroco Clássico. Sempre é pensado que desde a escuridão um feixe de luz é muito mais apreciado e valorizado. Às vezes precisamos viver uma pequena parte da nossa vida entre a escuridão para dar mais valor aos momentos de felicidade pura, deixando de lado a vaidade e celebrando a vida em todas as suas etapas.”
Chrispapita é um daqueles artistas que transparece paixão no trabalho que apresenta. Sendo a arte voltada para o sensível, objetos capazes de revelar a humanidade e os sentimentos que habitam em nós, quanto mais o artista comprometer o seu trabalho com ideias e emoções que nos auxiliam a enxergar a beleza existente na vida, mais teremos a chance de perceber e lidar com tais sentimentos e emoções.
“Quero encontrar a mim mesmo, achar o significado da minha vida, ter certeza da missão que eu tenho nessa vida e continuar sendo muito feliz. Se no caminho posso deixar um legado e ensinar o que eu é aprendido com certeza morreria sentindo-me muito feliz. Quero celebrar o corpo humano sem preconceitos, ensinar que a vaidade não leva a nada bom, aproveitar essa única vida que a gente tem.”
Lembre-se de seguir e curtir as fotos do artista no Instagram da @vhmor e no @chrispapita. Também deixe seus comentários sobre o que você achou do trabalho realizado pelo Chrispapita.
Um grande abraço,
Victor Hugo Moreeuw