16/08/2018 Bárbara Gual
Letícia Irupé é uma artista argentina. Suas vertentes dentro da arte são a pintura, o desenho, a gravura, a cerâmica e o muralismo. Em entrevista à VHMOR, Letícia nos conta porque decidiu começar a trabalhar com arte:
“É uma maneira de transmitir idéias e sensações, a arte me faz bem e eu preciso dela. Também vejo na arte uma ferramenta para integração, pois envolve interação social e participação coletiva, além de compartilhar e modificar meu ambiente.”
Entre os artistas que ela cita estão Kandinsky, Marc Chagall, Leonora Carrington, Remedios Varo e Xul solar. É possível perceber essa influência nas cores que a artista emprega, em seus traços e marcas tendendo ao abstrato, e ainda a densidade psicológica que suas obras transmitem, com formas que revelam um universo surreal e carregado de sensibilidade.
Entre os temas mais utilizados pela artista estão a natureza, o místico, a família e as experiências que ela adquiriu durante suas viagens. Seu trabalho é uma mostra que envolve cultura, mitos e tradições, mas também se afeiçoa ao diferente e sua arte guarda uma cumplicidade com os seus sentimentos, denunciando-os ao mundo. Ela ainda utiliza seu trabalho para trazer à tona temas que considera importantes e que devem ser discutidos pela sociedade.
Entenda um pouco mais sobre o trabalho de Letícia em seu artist statement:
“Desde criança eu sempre gostei de pintar e usar cores para expressar sentimentos diferentes. Até hoje continuo a criar um jogo livre de intuições sobre as linhas e depois construo, analisando mentalmente as imagens que estou fazendo, trabalhando às vezes só com cores e abstrações ou ainda com as linhas, formas e texturas.
Como estímulo para minhas pinturas tenho as viagens, a natureza, diferentes paisagens e culturas. As tradições e os antigos deuses são alguns dos meus temas recorrentes. Ademais, também me inspiro em artistas como Kandinsky, Van Gogh, Picasso, Marc Chagal, Xul Solar, a fotografia e os sonhos.
Costumo utilizar para fazer minhas obras os acrílicos, os pastéis, as aquarelas e também lápis de cor; essa escolha do material depende do tema e das sensações que eu quero representar. Por exemplo, para representar sentimentos pessoais, escolho guaches e lápis de cor. Na maioria das vezes trabalho em tela, mas também uso folhas grandes. Além disso, pinto murais de grande escala com tema feminista nas ruas da cidade onde moro. Os temas que represento têm a ver com preocupações e sentimentos que tenho em relação ao que está acontecendo na minha vida. Eu tento transmitir alegria, aconchego, movimento e espiritualidade.
Meu trabalho tem como contexto meu lugar, meu bairro, as paisagens que visito. Uma tentativa de construir e refletir sobre uma escala de valores verdadeiros e próprios, para criar novas formas de pensar, novos sentimentos e modos de agir, atingir mais pessoas e sua voz interna. Muito do meu trabalho e meu crescimento como artista tem a ver com a interação com os outros, como meus alunos e meus colegas de turma; com os lugares que frequento como escolas secundárias e espaços comunitários. Atualmente sou colaboradora em um jardim comunitário onde tentamos coletivamente construir e trocar conhecimento.”
Nota-se que o trabalho de Letícia apresenta alegria, musicalidade e espiritualidade. Suas obras trazem uma narrativa que desperta no espectador discussões, provocam a comunicação e se transforma num instrumento de mudança. Com a alegria expressa nas cores marcantes que utiliza, a artista traz uma identidade visual única, cheia de movimento, que faz o espectador querer se movimentar com ela, dentro de um universo ritualístico.
Para conhecer mais do trabalho de Letícia siga Letícia Irupé e VHMOR!