24/07/2018 Bárbara Gual
María Laura Recci, conhecida no meio artístico visual como Lau Recci, começou a trabalhar com arte em 1993. A artista argentina já produziu pinturas, desenhos, fotografias, instalações, artes performáticas e land art.
Lau Recci nos fala sobre a importância que a arte tem para ela.
“Fazer arte é um modo de vida para mim. Eu me sinto completa em cada ato ou produção artística que produzo ou faço parte.”
Dentre os artistas que influenciam o trabalho da artista estão Marcel Duchamp, por sua maneira de ver a arte, Picasso, Mondrian, Kandinsky, Tarsila do Amaral por suas formas e cores, Frida Khalo, por sua luta, suas paixões, suas pinturas dramáticas e sua história de vida, dentre outros mais.
A artista utiliza como incentivo para produzir sua obra, os acontecimentos sociais, políticos, ou ainda, eventos que a impactaram emocionalmente, como situações do próprio cotidiano. Suas obras envolvem um conceito para discutir. A artista procura gerar perguntas nos espectadores, questionar o que entendem por arte.
Abaixo você pode ler a declaração da artista sobre seu trabalho:
“Diante de uma circunstância que me afeta emocionalmente, urge dentro de mim uma necessidade imperiosa de me expressar artisticamente; fazer, produzir, traduzir em qualquer formato, o que brota do meu interior. Num primeiro momento, no que diz respeito ao desenho, utilizo diferentes formatos e / ou suportes, talvez vinte, trinta, os que preciso, sejam quais forem, rabisco de maneira um tanto impulsiva, até poder acalmar minha ansiedade naquele ato. Uma vez passado esse momento, olho para eles, escolho-os, seleciono-os e começo a trabalhá-los em detalhes, até preenchê-los com cores e texturas, que me surpreendem à medida que vou adiante. Eu nunca sei onde cada uma das minhas produções vai acabar, já que permito o livre arbítrio para a minha imaginação sensível.
Muitas vezes escolho materiais como pincéis, lápis de cor, tintas, fibras, colas, etc; e outros objetos e materiais me escolhem, no momento certo, onde meu desejo de produzir é expectante. Elementos cotidianos inspiram minhas ações, sejam eles um copo, um guardanapo, um cabide, uma colher, um garfo, etc. Eu realmente gosto de apresentar meus trabalhos em formato de instalação; trabalhar um conceito. As idéias surgem das minhas entranhas e dos gatilhos para que meu processo criativo comece a tomar forma, eles são muito variados; e eles vão de assuntos que têm a ver com uma crítica social, econômica e / ou política; andar pelas ruas com um olhar “atento” para captar sensações; supermercados “lutando com os preços”; conversa com outros artistas; e / ou participar de jogos e lanches com crianças, que com suas ocorrências, me fazem ver o mundo de forma diferente.
Conto minhas idéias às pessoas em quem confio, e troco sugestões e / ou propostas, referentes à montagem, fundação, convocação, convites e outros, até que possa finalizar meu trabalho e poder expor. Fascina-me que nas minhas exposições o lúdico é a principal proposta para interagir com o público.
Eu amo sentir que eu vivo na arte; trabalhar para ter um “olhar estético” amplo e constante; pretendo espalhar entusiasmo pelo que faço; Eu gosto de imaginar que dou cor a tudo o que toco; e é bom para mim ter a convicção de que nada muda o universo criativo em que eu existo.”
Com um trabalho criativo, lúdico e filosófico, Lau Recci traz uma arte cheia de cores, formas e traços, que se traduzem em expressões, jogos que fazem o espectador se questionar e interagir com a obra. Através de sua produção artística, ela é capaz de causar um impacto em seus espectadores e permitir que cada um deles interprete sua arte de maneira única.