Victor Hugo Moreeuw
Jay Krishna Devi Dasi é o nome artístico da oitava participante do Projeto Verdandi, com seu trabalho inspirado na Consciência do Ser. A artista teve contato com a arte através da sua mãe e diz que tintas e pincéis eram coisas diárias em sua infância. Sua produção artística começou em 2013 quando um acidente de carro a afastou de de sua antiga carreira na área de audiovisual e a aproximou da prática de meditação, devoção, auto inquirição e reconhecimento da verdade. A artista já passou por várias vertentes artísticas como música, dança, cinema e fotografia. Atualmente volta seu foco para a pintura com tinta acrílica em vidro. Para a artista, não há intenção de fazer arte, pois a arte se faz naturalmente. Não há uma ideia pré definida de criação, trata-se de se permitir, para que assim a arte seja feita por si mesma.
Abaixo você pode ler uma declaração da artista a respeito do seu próprio trabalho:
“A arte por si só, é a motivação para fazê-la. A beleza em se olhar para ela, e a dissolução de si mesmo no processo. Tão simples quanto a motivação em cozinhar quando estamos com fome. O desenho, ou as formas pintadas, aparecem na medida que o quadro está sendo pintado, as vezes em forma de pensamento, às vezes na própria forma em si das pinceladas que vão se formando no vidro. A vida em si, Deus, a Consciência pode-se dizer que é a inspiração. Olhando no sentido simples da palavra inspiração, como algo externo que nos toca, aí sim, desde a atividade mais simples como ir ao mercado, até a mais complexa contemplação da análise da grande “Consciência Cósmica Metafísica do Ser” seria a inspiração. Ela em si é a grande arte, o sofrimento, a alegria, as sensações inexplicáveis, as possibilidades e impossibilidades, a curiosidade sobre ela mesma.
A escolha do acrílico e do vidro, vieram em uma tarde na casa da minha mãe, onde uma janela antiga estava encostada durante muitos anos. Desencadeado por um acidente, passei por uma grande transformação no campo profissional, pessoal, e em todas as áreas da vida. Como um alívio interno, ou voz interna que acolhe em um momento difícil, comecei a pintá-la. A tinta acrílica é barata, e não tem muito cheiro, e é à base d’água. Procuro priorizar materiais que causem o mínimo de impacto tanto no ambiente, quanto no corpo. A liberdade de trabalhar com o acrílico no vidro também foi uma coisa boa, pois ela possibilita a completa liberdade dos movimentos, desde um acabamento sutil até o lavar, destruir todo o trabalho e começar tudo novamente.
Não existe uma intenção em transmitir nada específico. Existe sim uma conexão com o trabalho da vida em si, o autoconhecimento e a redescoberta da nossa verdadeira natureza amorosa, permitindo os movimentos serem guiados por algo que não seja a mente, o que, para melhor fim de entendimento, pode ser chamado de arte intuitiva, ou arte meditativa. Todo o trabalho é oferecido para os grandes mestres que me instruem nessa jornada, B.A.Paramadvaiti Swami, Mooji, Adyashanti e todos os mestres que trazem o conhecimento da transcendência da Consciência pessoal, para nossa verdadeira natureza como Presença imaculada. Proponho o desafio de existir apenas, sem um contexto ou forma, e ao mesmo tempo harmonizados com o contexto e a forma no qual estamos inseridos; simplesmente apreciando e sentindo completamente a dualidade que existe ao redor, olhando a si e ao mundo partir do silêncio do coração. Uma vez vi um vídeo muito interessante que dizia algo como, pintar como uma criança, que pinta só pra ver como vai ficar. <3”
Você pode acompanhar um pouco do processo da artista no vídeo abaixo:
Jay baseia-se nas teorias Jnana Yoga (não dual) e Bhakti Yoga, refletindo em sua obra uma parte de seu Eu, em suas palavras, “essa parte que vem do Todo e retorno ao Todo” e guiam a artista até o reconhecimento da Verdade. A artista demonstra sua leveza e a veracidade de suas influências artísticas não apenas na delicadeza de suas obras, mas também percebemos isso em sua forma de lidar com as pessoas, de ver o outro e de se sensibilizar. Acreditamos que a arte tem essa particularidade paradoxal: ao mesmo tempo em que resiste, discursa e denuncia, ela também é capaz de trazer paz, realização e acalento. E isso é simplesmente maravilhoso!
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