Jakub Matuska: uma mistura de real e irreal

O aspecto visual do trabalho de Jakub Matuska, também conhecido como “Masker”, baseia-se na figuração e na arte de rua. A pintura de Jakub Matuska traz uma rica gama de elementos expressivos. Ele une brilhantemente aspectos coloridos e agressivos que se aproximam ao expressionismo alemão. As obras apresentam uma humanidade irrisória e patética. Seus personagens invadem o primeiro plano e trazem à composição uma sensação de choque. Através de suas pinturas, Masker expressa um mundo sem qualquer modéstia. Ele apresenta um mundo instável, dinâmico e em constante evolução, no qual as perspectivas pictóricas evoluem constantemente. Ele mostra o drama através da deformação e ampliação de certos elementos – o que revela uma familiaridade em tempos e espaços distantes. O artista aborda as dicotomias do eterno e efêmero, vivo e morto, e beleza e feiura. Histórias se entrelaçam em mundos extraordinários nos quais o trágico e o cômico são tenros e cruéis.

Cenas figurativamente distorcidas e comprometidas no ambiente são criadas enquanto espaços mutuamente permeáveis são formados. Em particular, há uma estranha atmosfera emanando do trabalho de Masker que atrai o espectador para o coração da mente do artista. O estilo distinto e a imaginação descontraída são uma combinação única que permite que as emoções sejam carregadas de alegria e tristeza ao mesmo tempo.
Masker consegue abalar o espectador quebrando os códigos de aparências. É dentro desse universo de luz e beleza que aparecem monstros, que são extremamente padronizados. Há uma proliferação de rostos e corpos se tornando um tema comum em seu trabalho. Quase sempre as hibridizações do homem com seu novo ambiente são essencialmente feitas de signos, aparatos simbólicos de representação e máquinas virtuais que constituem uma vasta lacuna dentro de uma rede onde o indivíduo é pouco mais que um nó, muitas vezes irrisório, uma presa para o abandono e melancolia de um mundo onde ele reinava supremo.
O jovem pintor está interessado nas formas extraordinárias que tomam certas manifestações caracterizadas por um retorno da estatuária antropomórfica, mas sob o preço de estranhas hibridações que interrogam uma identidade.

A figura humana é central sob a égide dos objetos e da natureza. Masker faz esse retorno ao homem distorcido, colocado de volta num macrocosmo de signos e interações múltiplas e ativas. Essas pinturas são brutais e estabelecem uma nova e única definição. Cenários cómicos fantásticos em contraste com cenas apocalípticas conectam-se com urgência. O real e o irreal reforçam o sentimento de caos e confusão.
Tradução: Bárbara Gual
Revisão: Lívia Fernandes

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