Interação entre homem e tecnologia sob a visão de Daniel Escobar Vásquez

10/08/2018 Severine Grosjean

 

Gaston Bachelard disse que “nós (estávamos) no século da imagem, para o bem ou para o mal, (que) estamos sofrendo mais do que nunca a ação da imagem”. O artista multimídia colombiano Daniel Escobar Vásquez decidiu ver o bem onde o corpo do espectador é um ator para se tornar um unido a uma máquina. Graças a programas sofisticados, Daniel desenvolve experimentos entre a tecnologia e o ser humano e onde objetos equipados com uma interface permitem a interação entre a inteligência humana e a inteligência artificial.
A imagem refere-se ao cinema, uma invenção em que o homem é refletido em imagens, algumas vezes, em imagens de ilusão. É nesse sentido que Daniel desenvolveu em 2011, La Sopa de Luz. Famosos filmes em preto e branco são exibidos na tela. Uma bolha detecta a presença de rostos como se fosse alimentar até morrer. Os rostos se iluminam claramente enquanto o restante da tela fica desfocado. Este experimento fala sobre o ciclo de vida da imagem. Sem nós, não existiria e nós não existiríamos sem isso. O trabalho de Daniel Escobar Vásquez reflete o poder emocional entre homem e tecnologia.
Seu trabalho nos permite entender o mundo e suas possibilidades tecnológicas. Sem quebrar os limites, ele tenta estreitar a relação complementar e às vezes conflitiva com a ciência. Sem perder contato com a mídia tradicional, como os livros, Daniel criou o “Libro Expandido”, em 2014, com livros de interface digital. Devemos ver neste trabalho uma forma complementar de educar pessoas de todas as idades que estão cada vez mais envolvidas em novas tecnologias. O trabalho desse jovem artista vincula o conhecimento à pesquisa científica com uma abordagem filosófica e educacional.

Como não unir a imagem com o som? A obra de Daniel Escobar Vasquez oferece efeitos inesperados e poeticamente carregados como “Marimba Expandida”, uma instalação interativa de 2016. A marimba é um instrumento tradicional das comunidades afro-colombianas composto por um teclado de madeira. De sensores elétricos colocados no teclado, cada hit em uma nota gera uma imagem relacionada à alfândega colombiana e projetada em uma tela. A fusão entre a dimensão do som e a dimensão visual leva o ator-espectador a um mundo íntimo.

As obras de Daniel Escobar Vasquez, artista-cientista ou científico-criativo, expressam dois modos de entender o mundo, cada um à sua maneira, relacionado à realidade.
Tradução: Bárbara Gual
Revisão: Lívia Fernandes

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