Daniela Chaves: uma mostra de delicadeza na arte

Bárbara Gual

Daniela Chaves participa do projeto Verdandi com suas obras em aquarela. A paulista de 35 anos está em contato com o meio artístico desde 1999, trabalhando inicialmente

com cerâmica. Daniela já passou por diversas vertentes como escultura, gravura (madeira e metal), fotografia artesanal, xerografia (fotocópias), cenografia e figurino, instalação e atualmente desenvolve trabalhos com ilustração, utilizando materiais como grafite, caneta nanquim, tinta aquarela e os pincéis.

A família e o feminino são questões e inspirações importantes para artista. Em entrevista à VHMOR, Daniela conta um pouquinho dessa importância.

“O desenho servia para mim como um croqui, uma forma de expressar o que tinha dentro e pôr para fora. Foram alguns anos nisso, até me interessar pelo universo das miudezas, dos bordados e costura. Olhando para minhas raízes familiares, misturando uma técnica com a outra, o que me levou, para o desenrolar do desenho na sua forma de expressão única e não mais como um meio. Dentro disso tudo, me atrai muito escolas do final do século XIX, século XX e contemporaneidade. A questão do feminino está muito em pauta pra mim, e as raízes dos meus antepassados.” Para a artista, a arte faz parte de sua essência, é uma forma de ligação com o passado e uma maneira de expressar tudo o que sente em seu Eu.

Abaixo você pode ler a declaração da artista sobre seu trabalho:

“Fui criada, na primeira infância, por mulheres da minha família materna. Essas pessoas eram nascidas no leste europeu ou descendentes diretas.

Por toda a vida minha família se envolveu com práticas manuais e criativas, seja pela culinária, bordados, costura, pinturas, técnicas mais específicas como o bordado Richelieu, entre tantas outras. Cresci brincando sentada no chão do atelier de minha avó. Essa influência dentro de mim é muito forte. Crescer ouvindo as histórias que os trouxeram para o Brasil e suas memórias me fazem mergulhar na ancestralidade e reverberar em forma de arte, como um expurgo.

Iniciei no ateliê de cerâmica aos 17 anos, despretensiosamente, mas já nesse momento soube que não poderia seguir outro caminho. A construção de algo através do barro é uma lição muito valiosa. É necessário projetar, elaborar, tecer partes e ir aglutinando-as, esperar seu tempo, paciência e dar o acabamento. Fazíamos trabalhos sem torno elétrico, à moda antiga.

Essa experiência me moldou para elaborar e construir coisas, o que me levou a cursar arquitetura e o desejo de trabalhar com cenários. Desisti do curso um tempo depois e parti para o curso de artes visuais.

Durante esses anos enquanto fui entrando em contato com diversas técnicas, fui 

transformando as construções tridimensionais em bidimensionais. Trabalhar com instalações e objetos, apropriações, espaços e lugares, inserindo também a influência familiar do fazer artesanal, me trouxe até aqui. Hoje tenho muito interesse pela construção bidimensional, e não mais usar o desenho somente como um meio, e sim como um fim.

A suavidade e leveza da aquarela, misturada com a força do nanquim ou do lápis grafite, e às vezes misturando tudo isso com um bordado, seja num papel, num tecido ou papelão, é o que me atrai.

Tudo o que está dentro de mim, vai se misturando e se revelando aos poucos. Ora com temas mais específicos, como as vivência da minha família, ora como o interesse pelo aspecto feminino, pela natureza, pela construção, pela desconstrução. 

Daniela Chaves é uma daquelas artistas que mostram paixão no trabalho que desenvolve. A delicadeza e a força presente em suas obras fazem o espectador parar por um momento e admirar cada pincelada a fim de compreender e adentrar esse mundo criado por Daniela.

Lembre-se de seguir e curtir as fotos da artista no Instagram da @vhmor e @danielachaves_art. Deixe aqui seus comentários sobre o que você achou do trabalho realizado por Daniela Chaves.


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