Bárbara Gual
Sun Hee Moon, sua história carrega várias culturas: coreana, mora atualmente na Itália e já passou alguns anos de sua vida no Brasil. Formada em arquitetura e urbanismo, a artista também participou de vários cursos voltados para técnicas e história da arte, incluindo cursos específicos de história da arte brasileira. A artista começou seu trabalho com arte em 2006, e em meio a algumas pausas, percebeu o quanto o processo criativo era importante para ela.
“Sinto que faço arte porque não tenho escolha. Quero dizer, se eu me afasto da arte, ela me segue… Então, para encontrar minha paz, eu tenho que me envolver nessa produção criativa.”
Suas obras trazem inspirações de grandes mestres que vão do Renascimento ao contemporâneo abstrato. Podemos ver em seu trabalho uma mistura de inspirações como Caravaggio, Botticelli, os impressionistas, Pablo Picasso, Mangá e Anime, principalmente Hayao Miyazaki, os brasileiros que vão de Portinari à Tarsila, os novos italianos Cattelan, e os novos coreanos especialmente as mulheres, como Hyunjung.
Sun Hee Moon trabalha com as técnicas óleo sobre tela, lápis sobre papel e tela e colagem. Com um trabalho espontâneo e figurativo, a artista pinta para si mesma, e fala que o entendimento e apreço do público é uma consequência e um elo entre ela, sua obra e o espectador.
Abaixo você pode conferir um pouco mais sobre o trabalho de Sun Hee Moon em sua declaração:
“A minha arte fez uma longa viagem. De 47 anos até aqui passou por três continentes, conheceu muitas estações, fez dois filhos, se perdeu e se reencontrou. Os meus trabalhos, como a minha vida, refletem uma superfície calma e lisa, sobre um tumulto de reflexões e tormentos que se escondem na profundidade.
Me inspiram todas as histórias contadas durante a minha infância. A verdade escondida nas palavras e nos rostos de personagens eternos. Os estereótipos me divertem e são inspiração, porque ao invés de criar ordem, classificando e catalogando, nos confundem, proporcionando uma crescente sensação de indagação. Nos meus quadros tento transmitir essa sensação, de maneira gentil, exprimindo ao máximo o que eu penso que realmente somos, através da minha técnica figurativa: um pouco fábula, um pouco mangá porque atrás de todos os quadros, assim como atrás das pessoas, existe sempre uma história pra escutar ou contar… ou os dois.
A representação do mundo através das imagens sempre me atraiu desde pequena, nas revistas em quadrinhos, nas tiras de jornais, nos livros clássicos dos irmãos Grimm. Durante os vários anos de cursos de história da arte e técnicas artísticas, a minha admiração pela arte figurativa cresceu junto com a curiosidade de saber o que o futuro poderia reservar. Hoje, a urban art, os mangás e todo o figurativo bizarro das novas gerações de histórias infantis contribuíram para minhas criações.
Além disso, quero desenhar o mundo como eu o vejo, livre do rigor clássico ou da pressa contemporânea, real e imaginário ao mesmo tempo. A minha técnica representativa não aspira ao hiper-realismo. Quando desenho e pinto gosto de pensar que não estou criando uma obra de arte, e sim contando uma história. As pessoas nos meus quadros são como personagens inventados, com uma história e uma personalidade. Deixo ao observador a leitura dessas figuras, através dos detalhes, esperando que sempre sejam suficientes.”
A artista pinta por amor, para viver, para sonhar. Mesmo com uma vida já construída, Sun Hee Moon sente um apelo pelo arte vindo de dentro. Esse apelo a leva a uma necessidade de produzir, se comunicar, através de tudo o que ela conhece, esperando que as pessoas interajam com sua arte de forma simples e direta. A arte é onde Sun Hee Moon se encontra!
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