O trabalho de Igor Josifov faz mais do que transgredir fronteiras e romper categorias. Como a nova geração de artistas independentes que trabalham na Europa Ocidental e Oriental e fora das instituições financiadas pelo Estado, a abordagem conceitual de Josifov obscurece as fronteiras entre a arte da performance, o teatro e as artes visuais.
O artista aborda questões de identidade.
Depois de anos de experiência em todas as mídias, ele decidiu que o apoio mais importante era seu corpo. A liberação do corpo em seu trabalho tem um significado metafórico para a liberdade das pessoas no mundo contemporâneo. Sempre reflexiva e teatral, as performances de Igor Josifov aumentam nossa consciência crítica da alienação dos Bálcãs, ao mesmo tempo em que capturam o lado incompreensível e os elementos irracionais da regeneração cultural.
Sua performance de 2012, 2-Dimensional, é um trabalho de participação social onde o público faz ou completa a performance. Nesta instalação, ele remove parte do solo e coloca um acrílico de vidro em vez do solo. Deitado sob o vidro, o público vem e deve andar sobre ele. Suas reações compõe o trabalho. É uma experiência em que as reações geralmente são autoprojeções do público e elas ficam realmente fora de controle. 2-Dimensional diz respeito à relação entre o artista e o espectador.
Em cada apresentação, Igor Josifov quer alcançar o efeito da escultura com seu corpo e com o estado mental para estabelecer um diálogo com as pessoas que têm que enfrentá-lo.
Com suas esculturas de faces de vidro, Igor Josifov oferece ao espectador uma experiência curiosa, um impressionante sucesso estético. Ele destaca o mistério, a força da sugestão, a beleza singular de um rosto humano. São também rostos deformados, recriados, reinventados pelo espírito e pela mão do artista. Aqui, cada cabeça nos toca, nos olha, nos desarma.
O universo de Josifov é nosso, mas atravessado por lampejos que perfuram o nivelamento diário da existência. Nada menos violento ou fortemente expressionista. A energia em ação nas suas esculturas é ainda mais marcante porque são almas que ele esculpe.
O artista realiza o próprio ato de transformação e liberação da mente e da alma humanas cativas. Em Taming Fire, Igor Josifov aceita o desafio e continua fazendo retratos de personagens com fogo. As fotografias são, portanto, de alguma forma ícones contemporâneos. Este projeto é uma representação visual. Parte do entusiasmo de seu trabalho reside no fato de que Josifov não pode prever o aparecimento de retratos. Eles estão borrados. O fogo é seu companheiro como tem sido desde o começo da história da humanidade.
Ele é uma fonte de energia; é um emblema que pontilha a nossa imaginação e desperta vários sentimentos. Em um gesto criativo e mágico, Igor Josifov usa o fogo como ferramenta de marcação. O processo é uma performance. Igor cria trabalhos em papel ondulado com as lendas da criação e destruição. O trabalho de Igor Josifov é uma fonte de fascínio.
Parceria: The Nomad Creative Projects
Tradução: Bárbara Gual
Revisão: Lívia Fernandes